O Ministério da Saúde (MS) tem R$ 39 bilhões de recursos para o enfrentamento do novo coronavirus, mas 66% estão parados sem uso no orçamento. Isso equivale a R$ 25,7 bilhões que poderiam estar sendo utilizados para atenuar a crise e salvar vidas. A morosidade da dispensação financeira segue injustificável, de acordo com o Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os dados foram publicados na quinta (19/06), no Boletim Cofin, do CNS.As informações são fruto de análise da Comissão de Orçamento e Financiamento do Conselho (Cofin/CNS), que segue denunciando a atuação do governo em meio à pandemia. Outro dado é que, dos R$ 11,4 bilhões existentes no orçamento para Aplicação Direta do MS no combate ao Covid-19, 75% (R$ 7,5 bilhões) ainda não se transformaram em pedidos de compra de respiradores, máscaras e outros itens necessários para a população, para os trabalhadores da saúde e para equipar as unidades de saúde pelo Brasil. Dos R$ 16,9 bilhões existentes no orçamento para transferir aos municípios para o combate ao Covid-19, 66% estão parados a espera da decisão de quanto transferir para cada município. Foram pagos somente R$ 5,6 bilhões. O presidente do CNS, Fernando Pigatto reafirmou o manifesto “REPASSA JÁ”, que une o controle social na saúde, reivindicando o repasse urgente dos recursos. “Não podemos deixar municípios e estados atuarem sozinhos, sem o recurso emergencial. Estamos com ministro interino e com o Sistema Único de Saúde (SUS) desfinanciado. É a maior crise sanitária da história. Conseguimos recurso emergencial, mas está parado. Isso é inadmissível, mostra o descompromisso do governo com a vida”, criticou.