Um levantamento feito pelo Comitê Gestor da Internet aponta que 80% das crianças com idade entre 9 e 17 anos fazem uso da internet. Segundo essa pesquisa, 21% das pessoas dentro dessa faixa etária deixam de comer ou de dormir por causa da web.Nesse contexto, especialistas entendem que o desafio dos pais é encontrar um equilíbrio para saber dosar essa exposição às telas e evitar, por exemplo, o atraso do desenvolvimento de habilidades de linguagem e sociabilidade, sem deixar os filhos isolados dos avanços tecnológicos.“A tecnologia tem as suas vantagens. Existem aplicativos que são usados para criança que têm dificuldade de aprendizado. As crianças estão em fase de amadurecimento e podem ter dificuldade para controlar as emoções. Por consequência, a criança se torna impulsiva e com baixa resistência à frustração”, explica a coordenadora clínica do Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento (IBAC), Aline Frasson.Mesmo estabelecendo limites, os pais entendem que os filhos vivem em um período de constante evolução e que precisarão ter afinidade com as novas tecnologias. É importante para eles, filhos, terem acesso a esse mundo de transformação digital que estamos vivedo agora. Dentro do ambiente doméstico é mais fácil manter o controle dos filhos em relação ao uso de aparelhos eletrônicos.No entanto, há o questionamento sobre como agir quando a família vai almoçar fora ou passar o dia no parque, por exemplo. Os pais encontram essa dificuldade, principalmente quando o ambiente não disponibiliza espaços para as crianças se entreterem. Para a terapeuta Aline Frasson, a solução é simples. “Levar outros materiais, lápis de cor, livrinhos, papéis para fazer desenhos, ajudar a criança a estimular mais aquele ambiente.Que os pais ajudem a criança a desenvolver outras habilidades importantes, não só ficar ali no celular, o que é mais fácil.” Aline Frasson afirma que o comportamento dos pais quanto ao uso do celular, também reflete na importância que os filhos dão aos aparelhos. Ela orienta que os pais sejam modelos e imponham limites a si mesmos. “Às vezes os pais ficam no computador, no celular no tablet e não proveem a atenção e a disponibilidade para o filho, num momento que seria importante”, destaca.