O combate ao discurso de ódio e à intolerância na internet foi tema de audiência pública
realizada na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Durante o
debate, a procuradora da República Priscila Costa Schreiner destacou que a melhor forma de
combater esses crimes é por meio da prevenção e da educação. Para o Ministério Público Federal
(MPF), é essencial assegurar a efetiva promoção e proteção dos direitos humanos na sociedade
da informação. Priscila Schreiner, que integra o grupo de trabalho sobre crimes cibernéticos
da Câmara Criminal do MPF (2CCR), contestou a ideia de que a internet é um ambiente sem lei e
pediu para que seja disseminado que não há superproteção por trás da tela do computador ou do
celular. De acordo com a procuradora da República, os crimes praticados na internet deixam
rastros, mas reconheceu que ainda há um grande caminho a ser percorrido, com a necessária e
constante realização de treinamentos e capacitação de autoridades públicas - membros da
Polícia, Ministério Público e Poder Judiciário -, a fim de haver cada vez mais preparo e
atualização para lidar com as situações envolvendo crimes cibernéticos. A maior parte das
vítimas de crimes cometidos na internet é do sexo feminino (proporção de quatro mulheres para
um homem), segundo dados da UNODC, Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. Neste
cenário, a procuradora destacou a necessidade de difundir uma cultura de paz e de pluralidade
por toda formação educacional, escolar e acadêmica dos brasileiros.